Pensando relações
Podemos traçar um paralelo entre o grupo de trabalho em um ambiente organizacional e um grupo operativo de trabalho em termos de como cada um participa e o modo como se integra ao grupo?
Executar uma dada tarefa: compreensão + desejo
Saber realizar uma tarefa é o primeiro passo para desempenhá-la. Compreender o que precisa ser feito, como e quando. A não visualização do todo e das partes faz com que essa tarefa seja postergada e até mesmo esquecida.
O desejo de realizar uma tarefa por estar ligado à satisfação em desempenhá-la (necessidade de reconhecimento) ou mesmo por medo (temer ser desligado do grupo e da organização). Se não há nenhum dos dois, a pessoa está indiferente: ou acredita que alguém irá fazê-lo ou precisa entrar mais em contato com aquele trabalho.
Equiparando escalas: equilíbrios e desequilíbrios
Cada membro tem um grau de compromisso no grupo e ali ocupa uma posição. A escola de graus de compromisso pode ser comparada à escala de resiliência que utilizo, pesando em termos de extremos (intolerância – estar muito voltado para o ambiente; e passividade – estar muito voltado para si) e centro/equilíbrio (resiliência – estar adaptado ao ambiente).
Seria válido podermos transitar pela escala de acordo com o movimento do grupo e de acordo com a nossa possibilidade e sentido no grupo, não optando por uma posição de rigidez, já que a resiliência se faz no equilíbrio dinâmico das relações que temos conosco, com os outros e com o meio e a vida.
Qual o sentido dessa relação?
Se conseguirmos considerar que o ambiente estático (e doente) se deve aos rótulos que atribuímos àqueles que nos cercam – e que o ambiente nos atribui – e que esta visão – uns fazem, outros não fazem, eu sou, ele é – é uma visão distorcida baseada em nossas percepções que, muitas vezes são errôneas e sustentam nossas próprias necessidades, começamos a dar novas chances a nós, aos outros e ao ambiente de trabalho. Já dizia a poeta: A vida não tem ensaios, mas tem novas chances.
É preciso considerar um novo olhar. Afinal, o que ganha aquele que está sempre no comando das relações? O que ganha o que se ausenta? O que ganha aquele que escuta?
Todos temos perdas e ganhos em todas as posições, em posturas de excessiva tolerância e de intolerância. Cada um tem seus motivos. Mas como se trata de um grupo, pouco valem aqui os motivos individuais que nos levam a assumir tais posições.
O que realmente importa?
O que importa é percebermos o tom do grupo. Como soa este grupo? Está desafinando? Por quê? O que une este grupo? O que separa seus elementos?
Por que fulano está se ausentando? Como trazê-lo de volta à responsabilidade do trabalho? Como fazê-lo se sentir importante para o grupo?
Todos nós temos necessidades básicas (segundo a Comunicação Não-Violenta ou CNV) e, em comum, sabemos em nosso íntimo que urgimos não apenas suprir necessidades básicas de ordem fisiológica, mas social e existencial. E se isso é algo comum a todos, porque é tão difícil reconhecer a dor do outro e legitimá-la?
Grande abraço,
Cristina Monteiro – Psicóloga, Psicopedagoga, Orientadora Profissional e de Carreira e Coach. Escritora (crônicas literárias, artigos acadêmicos e profissionais). Atende na Clínica com Psicoterapia (enfoque psicanalítico) e Coaching em Resiliência (vida e carreira), ministra palestras e treinamentos comportamentais em nome de sua empresa (Ponto de Palestras e Treinamentos). Escreve duas vezes por semana neste blog (segundas e quintas-feiras). Acompanhe.
Contato: crifmonteiro@gmail.com